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Deus Odeia o Pecado E o Pecador



Jack Cottrell

UMA QUESTÃO RECENTE: Todos nós já ouvimos o ditado: “Deus ama o pecador, porém odeia o pecado”. Mas será que esse ditado resume a história toda? Seria justo dizer, no mínimo no que diz respeito ao incrédulo, que Deus tanto ama o pecador quanto odeia o pecador?

MINHA RESPOSTA: Eu já respondi essa questão no meu livro, no capítulo sobre “A Santidade de Deus”, na discussão sobre a Ira. Aqui está o trecho em questão[1]:

Às vezes ouvimos dizer que Deus odeia o pecado, mas ama o pecador. Isso não é verdade. A. H. Strong observa que Deus tanto ama quanto odeia o pecador, ao mesmo tempo: “o detesta quando ele é um vivo e voluntário antagonista da verdade e da santidade, o ama quando ele é uma criatura capaz do bem e arruinado pela sua transgressão”.[2] Em outras palavras, Deus odeia o pecado e Ele também odeia o pecador. “Tu odeia todos os que praticam a iniquidade. Tu destróis aqueles que falam a mentira; o Senhor abomina o homem sanguinário e fraudulento” (Sl 5.5-6). Esta e muitas outras passagens mostram que o ódio de Deus é dirigido contra a pessoa que peca e não apenas o pecado em si. Às vezes apenas uma categoria geral é mencionada. “Todo aquele que age injustamente é abominação ao SENHOR vosso Deus”, diz Dt 25.16. “O SENHOR prova o justo e o ímpio, porém, aquele que ama a violência a Sua alma abomina” (Sl 11.5). As sete coisas que Deus odeia em Pv 6.16-19 incluem “a testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre os irmãos”. Ele também odeia “o perverso de coração” (Pv 11.20), “todo aquele que é orgulhoso de coração” (Pv 16.5), e “aquele que justifica o ímpio ou condena o justo” (Pv 17.15). Outras passagens descrevem o ódio de Deus a pessoas específicas. Lv 20.23 fala de Deus como abominando ou detestando os cananeus. Às vezes o ódio é direcionado contra Israel. Quando o Senhor viu sua idolatria: “Ele estava cheio de ira, e sobremodo aborreceu Israel” (Sl 78.59). “Eu a tenho odiado”, Ele diz (Jr 12.8; confira Os 9.15). Ele também odiou Esaú (Edom), diz Ml 1.3 (cf. Rm 9.13).

Nós não devemos tomar estas passagens superficialmente. Ser odiado pelo Deus Santo é uma coisa assustadora e terrível. A palavra do Antigo Testamento traduzida por “odiar” expressa “uma atitude emocional em relação a pessoas e coisas que são opostas, detestadas, desprezadas e com as quais não se deseja ter nenhum contato ou relacionamento. É, portanto, o oposto do amor. Enquanto o amor atrai e une, o ódio separa e mantém a distância. Os odiados e aspessoas que odeiam são considerados adversários ou inimigos, bem como são consideradas detestáveis e completamente repugnantes”.[3] Será que poderia haver algo mais terrível do que ouvir Deus dizer: “Eu te odeio”?

No entanto, devemos lembrar que Deus odeia o pecador E AMA O PECADOR ao mesmo tempo! Isto é o que eu chamo de uma “terrível tensão” dentro da natureza de Deus, uma tensão que SOMENTE pode ser resolvida através da encarnação do Filho de Deus e do Seu auto-sacrifício propiciatório na cruz. Na morte de Cristo como nosso substituto, tanto a ira de Deus contra os pecadores quanto o seu amor pelos pecadores são perfeitamente expressos e cumpridos.


Tradução: Cloves Rocha dos Santos




[1] Jack Cottrell, What the Bible Says About God the Redeemer – O Que a Bíblia diz Sobre Deus, O Redentor, (Wipf & Stock Publishers, 2001), 286-287.
[2] Augustus Hopkins Strong, Teologia Sistemática (São Paulo: Hagnos, 2007), Vol. I, 510- 511.
[3] Gerard Van Groningen, Theological Wordbook of the Old Testament – Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Volume II. (Moody Publishers; edição em 2 volumes, junho de 1980), 880.