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A Escola Dominical e a formação de leitores funcionais (1ª parte)

Claudionor de Andrade
“Vulgar é o ler; raro, o refletir”. O que Rui Barbosa realça, nesta sentença, é que não devemos limitar-nos a ser um leitor primário. No campo da leitura é de fundamental importância estar preparado a:

1) captar informações de boas e selecionadas fontes,
2) interpretá-las corretamente,
3) processá-las racional e ajuizadamente e
4) transformá-las  em práxis. 
Vejamos, pois, como os professores da Escola Dominical poderão auxiliar seus alunos a ultrapassar a linha primária da leitura. Pareça embora uma tarefa árdua, é dever do educador cristão formar bons e eficientes leitores.

Se os pusermos, plenamente, em contato com a Bíblia Sagrada; se os ensinarmos a ler de forma correta o Livro dos livros; se os conduzirmos, pela mão, a verem as Sagradas Escrituras como a inspirada, inerrante e completa Palavra de Deus; e se os conscientizarmos de que, lendo-a, ouvirão a voz de Nosso Senhor, levá-los-emos a se postarem como leitores eficientes, discernidores, literários e críticos. Serão, enfim, leitores funcionais.  

O que é o leitor funcional?

Há um adágio que reflete muito bem o caráter do leitor funcional: “Dize-me o que lês e dir-te-ei quem és”. Se quisermos saber quem é o leitor funcional, temos de entrar-lhe pelo quarto e ver que livros lhe repousam à cabeceira. Antes, porém, definamo-lo. 

1) Definição. Leitor funcional é aquele que, ultrapassando as fases primárias e mecânicas da leitura, é capaz de extrair o máximo proveito de um livro e de dialogar com o texto.

2) O leitor funcional tem paixão pela leitura. Uma das características do leitor funcional é o incontido amor pelos livros. Afirma o Marquês de Maricá: “A paixão da leitura é a mais inocente, aprazível e a menos dispendiosa”.

3) O leitor funcional é seletivo e criterioso. O leitor funcional não é apenas levado pela paixão; ele é seletivo e criterioso, conforme haveria de asseverar Voltaire: “Os olhos do leitor são juízes mais severos do que os ouvidos do espectador”.
Sabe o leitor funcional que não poderá ler todos os livros já escritos e por se escrever. Por isto, haverá de ser criterioso e seletivo sempre. Também não deve ele limitar-se a um único livro, a não ser que este livro seja o Livro dos livros. Somente na Bíblia Sagrada, encontramos os mais belos e variados estilos literários: história, poesia, provérbios, biografias, parábolas. 

4) O leitor funcional é reflexivo. Edmund Burke assim discorre acerca dos leitores que, ao invés de processarem devidamente as suas leituras, põem-se a repeti-las sem qualquer reflexão: “Ler sem refletir assemelha-se a comer sem digerir”.
O leitor funcional não é um mero consumidor de leituras; é aquele que lê bem; lendo eficientemente bem, jamais deixará de refletir; refletindo, obrigamo-nos a ser bem melhores do que somos. 

5) O leitor funcional é útil à Obra de Deus. Dirigindo-se a Timóteo, exorta-o Paulo a fazer da leitura algo que se reverta em funcionalidade e utilidade para o Reino de Deus: “Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá” (1 Tm 4.13). Deveria o amado discípulo, antes de mais nada, perseverar na leitura. E como resultado funcional desta, haveria ele de exortar e ensinar. O que disto se depreende? O professor obriga-se, como exemplo, a ser um leitor funcional; somente assim, logrará ele gerar outros leitores funcionais.

Como se dá o processo da leitura funcional

A leitura funcional é um processo que se dá em quatro etapas, cujo objetivo é completar o que, em pedagogia, se convencionou chamar de circulo da educação; ela tem uma função verdadeiramente enciclopédica. 

1) Captar informações. Sendo esta a primeira função do livro, saberá o leitor funcional tirar o máximo proveito deste. Está ele consciente de que a missão do livro é informar e formar.
Por conseguinte, buscará o leitor funcional livros que cumpram esta dupla missão. Que livro maravilhoso é a Bíblia! Informa-nos, por exemplo, de que somos feituras das mãos de Deus; forma-nos, na alma, a sua imagem, a fim de que jamais o esqueçamos. É o único livro contemporâneo de todas as épocas.

2) Processar informações. O passo seguinte da leitura funcional é processar as informações obtidas no ato da leitura. O que é, porém, processar? Entre outras coisas, é organizar os dados advindos de uma pesquisa. Ao contrário de uma esponja, que tudo absorve, o leitor funcional estará, neste processo, classificando as informações garimpadas nos livros. Não foi o que nos recomendou o apóstolo dos gentios: “Examinai tudo. Retende o bem” (1Ts 5.21)?

3) Selecionar informações. Depois de organizar as informações, estará o leitor funcional selecionando-as, de acordo com a utilidade destas. Selecionar significa escolher e separar aquilo que interessa entre vários itens pré-escolhidos.
Indaga J. D. Snider: “Se em nossa breve e atarefada vida não conseguirmos ler senão limitado número de livros, não nos deveremos assegurar de que os mesmos sejam na verdade os melhores, os mais preciosos, bem como os mais práticos e úteis que possamos selecionar de toda a literatura?”

4) Transformar informações em práxis. Assim age o leitor funcional: seleciona o que lê, a fim de transformar suas leituras em ferramentas úteis para o seu dia-a-dia. Ele não coleciona o que se convencionou chamar de cultura inútil; ele seleciona o que lhe trará real utilidade, tendo sempre como norma a ética, o altruísmo, o amor a Deus e ao próximo.

Martinho Lutero, além de sincero amante da leitura, via nos livros uma fonte de utilidade: “Não se deve poupar esforço nem dinheiro para criar boas bibliotecas. Mas meu conselho é que não se amontoem indistintamente livros de todas as espécies, pensando unicamente na quantidade. Eu quereria poder escolhê-los e formar minha biblioteca com os mais adequados, para o que me aconselharia com pessoas eruditas. Em primeiro lugar deve estar a Escritura Sagrada; depois, os melhores comentários e os livros que servem para aprender a língua, tais como os de poetas e oradores; a seguir, os livros de artes liberais e de todas as demais artes e, finalmente, os que tratam de Direito e Medicina. Entre os mais importantes devem colocar-se as crônicas e os livros de história, posto que são de maravilhosa utilidade para conhecer e reger o curso do mundo, como também para apreciar a excelsitude das obras divinas”.