Jesus relacionava a verdade com a vida
Gosto da praticidade e da simplicidade dos ensinamentos de Jesus. Eles
são claros, relevantes e aplicáveis. Ele enfatizava a aplicação porque o seu alvo era transformar pessoas, não meramente informá-los de alguma coisa.
Consideremos
o Sermão da Montanha, a maior pregação feita até hoje.
Jesus começou a mensagem compartilhando oito segredos para a
felicidade genuína. Depois, falou sobre um estilo de vida exemplar, como controlar o temperamento,
restaurar relacionamentos e evitar adultério e divórcio.
Ainda falou sobre como manter promessas e praticar o bem, mesmo quando
se recebe o mal. Depois disso, ele foi para outros assuntos de aplicações práticas na
vida como: dar com a atitude correta, oração, acumular tesouros no céu e como superar as preocupações.
Disse que não se deve julgar os outros, recomendou a persistência em pedir a Deus para a
satisfação de necessidades e alertou contra os falsos mestres. Jesus concluiu com uma história simples, que
mostrava a importância de agir como ele ensinou.
Este
é o tipo de pregação que necessitamos na igreja. A mensagem verdadeira não
somente atrai multidões,
ela muda vidas! Não é suficiente para nós simplesmente proclamarmos que
"Cristo é a resposta".
E necessário mostrar para os sem-igreja como Cristo é a resposta. Sermões que exortam as pessoas a mudar, sem ensinar passos práticos de como conseguir isso,
acabam produzindo mais culpa e frustração.
Muitos
sermões não proporcionam nada de concreto para o povo. Neles só se reclama de nossa sociedade e há julgamento sobre as pessoas. Eles se prolongam no diagnóstico,
mas nada falam sobre o remédio. Este tipo de pregação pode fazer com que os crentes se sintam
superiores aos "lá de fora",
mas raramente mudam alguma coisa. Ao contrário de trazer a luz,
somente amaldiçoam as trevas.
Quando vou ao médico, não quero somente ouvir o que está errado
comigo, quero que ele me dê alguns passos específicos para a minha melhora. O que as pessoas
precisam hoje são menos sermões "deve ser" e mais sermões "como ser".
Alguns pastores criticam o estilo de pregação "aplicação de
vida", dizendo que ela é superficial, simplista e inferior. Para eles, a única mensagem válida é a didática
e doutrinária. Essa atitude dá a idéia de que Paulo era mais profundo que Jesus e que a carta aos romanos é
um material mais completo do que o Sermão da Montanha e as parábolas. Eu chamo isso de heresia!
O
tipo mais profundo de ensinamento
é aquele que faz a diferença no dia-a-dia das pessoas. Como D. L. Moody disse certa
vez:
'A
Bíblia não nos foi dada para aumentar nosso conhecimento, mas para mudar nossas
vidas". Nossa meta
é ter um caráter moldado à semelhança do de Cristo.
Jesus
disse: "Eu vim para que tenham vida..." (Jo 10:10). Ele não disse:
"Eu vim para que tenham religião". O cristianismo é vida e não meramente uma doutrina. Jesus era um
pregador de aplicação de vida. Quando terminava o seu ensinamento para a multidão, ele sempre
queria que eles "fossem e
fizessem o mesmo".
Uma
pregação na semelhança de Cristo é relacionada com o cotidiano e produz mudanças
no estilo
de vida. Ela muda pessoas porque a Palavra é aplicada onde as pessoas realmente
vivem.
Sermões
que ensinam as pessoas como viver nunca ficam sem platéia.
Por
favor entenda: os sem-igreja não estão pedindo que mudemos a nossa mensagem ou
que ela seja
diluída, eles pedem somente que nós mostremos a eles a relevância da Palavra. A
grande pergunta
na mente deles é: "E daí?" Eles querem saber qual a diferença que a
nossa mensagem faz.
Descobri
que os sem-igreja na América estão bastante interessados na doutrina bíblica
quando ela é ensinada
de uma maneira prática e importante na vida deles.
Para
mim é desafiador e divertido ensinar teologia para os não-crentes sem dizer a
eles o que estão
aprendendo, fazendo isso sem usar termos teológicos. Preguei uma série de sermões para a multidão sobre encarnação, justificação e santificação, sem ter
utilizado nenhum destes termos.
Também preguei mensagens para uma multidão de sem-igreja sobre a obra
do Espírito Santo, os atributos morais de Deus, mordomia e até mesmo sobre os pecados
mortais.
Não passa de mito que nós iremos comprometer nossa mensagem ao tentar
atrair uma multidão.
Jesus
certamente não fez isso. Você não deve transformar a mensagem da Bíblia, mas
deve traduzi-la em termos que os sem-igreja possam entender.
Fonte: Pr.
Rick Warren – Livro: Uma Igreja com Propósitos