Jesus
falava com uma linguagem simples, não usava jargões técnicos ou teológicos. Ele pregava com palavras que as pessoas comuns podiam entender. E importante
lembrar que Jesus não usou a língua grega clássica de um intelectual. Ele falou em aramaico, a
linguagem usada nas ruas naquela época. Suas mensagens eram recheadas de pássaros, flores, moedas
perdidas e de outros objetos do dia-a-dia que todas as pessoas conheciam.
Ao
mesmo tempo que Jesus ensinava profundas verdades de uma forma simples, muitos
pastores hoje
fazem exatamente o oposto, eles ensinam verdades simples de formas profundas. Eles pegam um texto direto e claro e fazem dele algo bem complicado. Eles acham que
estão sendo "profundos", mas, na realidade, estão somente sendo "chatos". E mais
importante ser claro do que ser profundo, quando se ensina e quando se prega.
Alguns
pastores gostam de mostrar seu conhecimento de palavras em grego e termos acadêmicos durante
suas pregações. Todos os
domingos eles falam em línguas estranhas, sem serem pentecostais!
Os pastores precisam reconhecer que ninguém se importa com o grego
como eles se importam. Chuck Swindoll uma vez me disse que crê que o excesso de estudo de palavras
no grego e no hebraico na pregação desencoraja a confiança no texto da língua que a pessoa está
usando. Eu concordo com isso.
Jack Hayford, Chuck Smith, Chuck Swindoll e eu certa vez ensinamos em
um curso de doutorado para pastores, a maneira como cada um de nós preparávamos e pregávamos
nossos sermões. No final do curso, os estudantes mencionaram que nós quatro, sem combinarmos
previamente, havíamos enfatizado a mesma coisa: faça com que seja simples!
E
muito fácil complicar o evangelho e é claro que Satanás adora quando fazemos
isso. O apóstolo Paulo
disse: "Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia,
assim também sejam
de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos, e se apartem da
simplicidade que há
em
Cristo" (2Co 11:3).
É necessário muita meditação e preparação para se
comunicar verdades profundas de forma simples. Einstein uma vez disse: "Você realmente não consegue entender alguma coisa, a não ser que você a
comunique de uma forma simples". Você pode ser brilhante, mas se não conseguir
compartilhar os seus pensamentos de uma maneira simples, eles não terão muito
valor.
"Venha e diga " ou "Venha e veja "
Alguns líderes de igreja negam que a atração é um método legítimo de
evangelismo. Já ouvi pastores dizerem: “A Bíblia não fala para que o mundo venha para a igreja. Ela
fala para que a igreja vá ao
mundo”. Esta declaração é inexata, porque só conta metade da história.
A Bíblia ensina os cristãos a ir e falar. Este é o significado da
Grande Comissão. Os crentes não devem esperar que o mundo venha e nos pergunte sobre Cristo. Nós devemos
tomar a iniciativa em compartilhar as boas novas. Jesus diz para o crente: "Vá".
Para o mundo perdido, Jesus diz: "Venha!" Quando dois discípulos
quiseram saber quem era Jesus, ele respondeu: "Vinde, e vede" (Jo 1:39). Em Mateus 11:28, o
Senhor disse: "Vinde a mim todos os que
estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei". No último
dia da Festa dos Tabernáculos " ...Jesus pôs-se de pé, e clamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba"
(Jo 7:37).
Ambos — "vá e diga" e "venha e veja" — são
encontrados no Novo Testamento. Em Lucas 14, quando Jesus comparou o Reino de Deus com um grande banquete, os
servos do mestre foram e
convidaram os famintos para virem comer, "para que a minha casa
fique cheia".
Não temos de escolher entre "ir" e "vir". Ambas são
formas válidas de evangelismo. Algumas pessoas serão alcançadas por atração e outras por confrontação. Uma
igreja equilibrada e sadia deve
proporcionar oportunidades e programas para ambas. Na nossa igreja
usamos os dois métodos.
Dizemos
"venha e veja!" para a nossa comunidade e dizemos para quem é do núcleo, "vá e
diga!"
Fonte: Pr. Rick Warren – Livro: Uma Igreja com Propósitos