Pregador, Evite
Isso Por Favor!
Após
alguns servindo ao Senhor, tenho coletado algumas informações fundamentais no
âmbito da ética e da etiqueta para o obreiro no exercício da pregação bíblica.
É importante que você leia com atenção cada uma dessas orientações e as
pratique em seu ministério. Algumas pessoas consideram o que vamos abordar aqui
algo um tanto "chato", mas muitos, por ignorar essas informações
acabam cometendo verdadeiras "atrocidades" no púlpito. Daí a
importância de você conhecer as orientações a seguir a fim de não cometer os erros decorrentes de se não
observá-las. Desse modo, salientamos os erros não para valorizá-los, mas para
conhecê-los e desse modo evitá-los. Sendo assim, pregador(a), evite os
seguintes erros por favor:
O
erro de não tomar um texto bíblico como base do seu sermão. Seja qual for o
tipo de sermão a ser pregado (temático, textual ou expositivo), a Bíblia é por
excelência o Livro-texto do pregador; é dela que extraímos as verdades que
vamos transmitir durante um sermão, daí a importância de se tomar sempre um
texto bíblico como base para uma mensagem. Já ouvi sobre um caso em que
determinado pregador não leu nenhum texto da Bíblia para transmitir o seu
sermão. Isso é lamentável! A Bíblia é a nossa base, nosso alicerce, nossa
mensagem. O mais conveniente é sempre ler o texto bíblico ao início da
mensagem. Desse modo, a pregação deve partir sempre do texto bíblico.
O erro de não orar. Infelizmente, isso pode acontecer
– um pregador não orar a Deus na preparação de suas mensagens. Por mais que o
preletor (ou preletora) possua um grande cabedal de conhecimento bíblico,
teológico e mesmo secular, é somente em oração que receberá de Deus poder para
ministrar com intrepidez a Sua poderosa Palavra. É um grande erro nos apoiarmos
em nossa própria sabedoria, não dependendo de Deus em oração para o exercício
da pregação. Procure sempre cultivar uma vida de oração.
O erro de chegar atrasado ao
culto. Há quem
faça isso intencionalmente, para chamar a atenção mesmo. Mas o pregador que se
preocupa em glorificar a Deus e simplesmente pregar a Sua Palavra, não atenta
para isso. Porque razão não participar do culto? Seria melhor ainda chegar
algum tempo antes do culto começar e orar a Deus pelo seu desenrolar, pedindo
para que vidas sejam ganhas para Cristo e que tudo seja conduzido no culto de
modo a agradar a Deus, inclusive o sermão que será pregado.
O erro de subir à tribuna e sair
cumprimentando todas as pessoas que ali estiverem, caso tenha chegado
atrasado(a) ao culto (o que é
sempre bom evitar, digo mais uma vez). Lembro-me de ter visto certa feita um
pastor chegar atrasado em um culto e fazer isso - sair cumprimentando todas as
pessoas. Ele acabou chamando tanto a atenção no púlpito que o outro pastor que
conduzia o congresso (lotado!) acabou parando de falar, por não conseguir mais
se concentrar. Felizmente o pastor que dirigia o culto acabou levando a
situação de forma bem humorada. Mas a verdade é que atrapalha muito. É falta de
ética. Se você não conseguiu chegar no começo ou mesmo antes do culto começar,
ao subir ao púlpito apenas acene com a mão para as pessoas. Isso já é
suficiente. Esse ponto vale também para quem não estará assentado no púlpito,
pois sair cumprimentando as pessoas quando o culto já começou, no púlpito ou
fora dele, atrapalha o andamento do trabalho, para quem está ao microfone e
para os demais que ouvem.
O erro de orar novamente ao
passarem para você o microfone, caso alguém já tenha orado antes. Isso traz a impressão de que a
oração feita pelo seu antecessor foi inválida ou que você está simplesmente
ignorando a oração feita antes. Caso você deseje muito orar novamente, então
peça licença à pessoa que já orou e faça a ressalva mostrando que não é sua
intenção invalidar a oração já feita.
O erro de ser indiscreto no
púlpito, usando
brincadeiras que deixam as pessoas constrangidas ou em situações que possam
causar algum tipo de mal estar. É claro que é sempre bom o pregador levar a
congregação a interagir com a mensagem, mas faça isso de maneira equilibrada e
moderada, sem excessos. Hoje em dia, tornou-se comum ouvirmos os pregadores
dizerem: "faça isso", "faça aquilo", "diga isso",
"diga aquilo", "levante", "bata no ombro do seu irmão
e diga...", etc., etc. Lembro-me de ter assistido em um DVD a pregação de
um conhecido pregador no Brasil. Durante a mensagem, veja o que ele disse:
"dê um tapinha no ombro do seu irmão como quem está limpando caspa"
(!) É realmente deprimente ouvir este tipo de coisa, ainda mais de uma pessoa
de quem você espera conteúdo bíblico. Outra verdade que precisa ser dita aqui é
que pessoas que usam excessivamente este tipo de coisa podem estar querendo, na
verdade, é manipular a congregação com subterfúgios psicológicos, a fim de
levar o povo a se mostrar animado durante a pregação. O pregador genuinamente
bíblico simplesmente prega a Palavra de Deus e isso acima de tudo! Não estou
dizendo com isso que o preletor não deve ser atento e preocupado com as pessoas
que o irão ouvir, mas a exposição bíblica é mais que suficiente e ela não depende
dessas inovações que estamos presenciando em nossos dias.
O erro de usar o microfone e o
púlpito para desabafar. Isso é lamentável. Nas mãos do pregador o microfone é uma poderosa
arma que ele deverá usar contra as forças das trevas, e não contra pessoas. Há
pregadores que por estarem magoados com alguém presente durante o culto, usam o
momento da pregação para descarregar no púlpito os seus sentimentos contra
aquela pessoa, o que por si só já é um ato de covardia, pois uma vez que ele
não tem coragem de ir diretamente àquela pessoa e resolver o problema, passa
então a usar irresponsavelmente o microfone e o púlpito. Isso não traz nenhuma
edificação, só confusão e mais problemas. Pessoas saem feridas e magoadas e
quando não, a congregação fica toda dividida. Vigiemos!
O
erro de usar o microfone e o púlpito para lançar indiretas. Talvez você possa não concordar
com alguma postura do pastor, ou de algum membro da igreja, enfim, de qualquer
situação que possa estar relacionada à igreja. Todos tem o direito de ter uma
opinião, mesmo que diferente da maioria. Mas nunca use o púlpito para lançar
indiretas - o pregador deve ser franco e direto e só dizer no púlpito o que é
apropriado. O púlpito não foi feito para a resolução de problemas internos da
igreja ou entre pessoas, para isto existe o diálogo aberto e as reuniões que
são realizadas periodicamente. Jamais use o púlpito e o microfone para lançar
indiretas.
O
erro de tornar público problemas internos da igreja ou da denominação à qual
você pertence. Lembre-se sempre: quando você prega, acaba se dirigindo à
todo tipo de pessoas: crentes e não crentes, congregados, desviados,
visitantes, novos convertidos, etc. Muitas pessoas poderão não saber como lidar
com as informações transmitidas (que podem até ser verdadeiras) e acabarão até
mesmo pecando contra o Senhor e perdendo a bênção.
O erro de não estar atento ao
tipo de público ao qual você está se dirigindo. É fundamental que o pregador (ou
a pregadora) esteja atento a isso, para que ele não venha ser incoerente com a
mensagem que irá pregar em relação à congregação. Não estou dizendo aqui que o
pregador deve ser tendencioso, tipo aquele que quando está entre os
conservadores prega como um conservador, mas quando está entre os liberais,
prega como os liberais. Não é isso que estamos sugerindo aqui, pois isto é
falta de personalidade diante de Deus e da Igreja. O pregador deve sim
transmitir o que Deus lhe dá, tendo convicção que recebeu DEle a mensagem. Mas
é preciso que digamos que talvez você possa estar em algum momento diante de
uma congregação que esteja chorando a morte de um membro que era muito querido,
ou esteja vivendo um momento difícil por causa de problemas internos, etc.
Desse modo, não é bom pregar uma mensagem admoestativa, corretiva. Pregadores
há que pensam que a pregação deve sempre ser dura, repreensiva, truculenta.
Não! Os profetas de Deus também foram chamados para consolar a Igreja e isto é
fato. Por isso, esteja atento a isto.
Professor Roney Ricardo,
casado com Dolarize e pai de Ester.
Pela graça de Deus, professor de teologia e palestrante
nas áreas de Bíblia, Teologia, Família e Educação Cristã.
Graduado em Teologia, Mestrando (intra corpus) em
Teologia Histórica, Psicanalista Clínico,
Pós Graduado em Metodologia do Ensino da
História e Geografia e Licenciando em Pedagogia.